é, andarilho, teu caminhar nunca cessa. fico feliz que, mesmo com teus pés cansados, não tenha perdido teu rumo. um tropeço, uma pedra, um obstáculo ou outro não são nada pra ti: és forte, a vida te endureceu, mas não perdera a ternura...
te vejo de longe, de soslaio, num canto desses da minha mente. me assusto, me desconcerto. uma vez ou outra, te busco, te leio, te vejo. mas te observo calado, um voyeur desprovido de pretensão, de desejo, observo por observar. é como me faço grato. depois de tanto tempo, é assustador ver que talvez eu seja mais parecido contigo que gostaria, mas é o preço que se paga, meu karma. mas se o karma pode ser camaleão, por que eu não?
a uma semana, me lembrei de você. meus números se tornaram aqueles que te dão sorte. mas também viraram o meu; na soma, um nove. o fim de ciclo. talvez seja a hora de finalmente te deixar partir. de não mais te observar. de te guardar na memória, fechar a caixa que tem seu nome, te agradecer pela última vez. sete anos desfazem tudo, dizia minha vó. e nesse desfeito, é o nosso desfecho. hora de partir. obrigado.
adeus.