quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

drew barrymore

why is it so hard to accept that the party is over?

é quando algo se disfaz que se vê de verdade. se vê que o fim teve sentido - ao menos para uma das partes; o estilhaço ou o martelo - e ficou só a culpa, a saudade, ou a raiva, a dor. um relógio de areia quebrado, desaguado em um mar de areia. esse foi nosso tempo. contado desde o princípio, estilhaçado numa brincadeira, numa ação boba e sem sentido, que jurávamos que seria nosso mapa por uma imensidão. hoje, caminhei sem perceber por nosso antigo caminho e, por acaso, me vi refletido nas lascas que deixamos. numa cor de felicidade e céus claros, cor de ódio e escuro do céu de chuva, me vejo. me assusto. no rosto, vi só a areia, a marca da tempestade, lembrança do que fez a gente parar, cerrar os olhos, se proteger... e se perder. e nos deixarmos pra trás. mas a mente engana os olhos, e os olhos enganam a mente. olho novamente. os fragmentos sequer te mostraram uma única vez. eu estive sozinho todo esse tempo. e a tempestade sempre foi presente. talvez, agora, sei que você tenha sido só uma miragem, uma loucura vã, um ímpeto de me safar da loucura; ou apenas fui deixado só, sem conseguir enxergar, num mar de areia que você dizia conhecer com a palma da mão. 

hoje, eu deixo o vento te levar. chove o meu perdão no deserto. e nem mais sei por onde passamos, e muito menos por onde passaremos. 

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